sábado, 31 de dezembro de 2011

Tal qual camaleão

            Tuas lágrimas secaram no meu ombro
            O sol se pôs como da primeira vez
            Sinto as minhas mãos a apertar os teus cabelos
            Fez-se carne, fez-se mulher. Oh Deus,
            Como é difícil o desapego da primavera!
           
            Desculpas, foi tudo o que soube dizer.
            Desculpas, pela segunda vez.
            Deixo-te só, não foi esse meu plano
            Meu sonho era envelhecer ao lado teu
            Utopia, talvez, de um jovem namorado!

            Enamorei-me da tua falta de carinho
            Muito mais do que dos teus belos olhos.
            Enamorei-me do teu excesso de confiança
            E das inúmeras virtudes escondidas,
            Escondidas atrás do teu sorriso meigo e infame!

            Sabes muito bem como esconder-te
            És tal qual um camaleão,
            Mas quando mostra a tua dor me causa medo
            Assim, mostras a fragilidade da menina,
            Menina que vive presa dentro de ti!

            O sol se pôs como da primeira vez,
            És tal qual um camaleão.
            Tuas lágrimas secaram no meu ombro,
            Tal qual camaleão eu sei que és!
            Fez-se carne, fez-se mulher! Fez-se camaleão!


Paulo dos Santos

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Saudade

Toda pessoa, por mais jovem que seja, a cada dia se torna um pouco mais saudosista. Não existe pessoa que não goste de olhar para o seu passado e sentir aquele gosto da saudade.

Saudade não é ruim. “Só se tem saudade do que é bom!” diz a canção. Se sentimos saudades é porque nos fez bem, nos fez amar.
Eu tenho saudade de muitas coisas boas da minha vida. Saudade da minha infância, saudade das brincadeiras, saudade dos poucos amigos que tinha, saudade dos que ficaram no tempo... Saudade não me falta.

E todos somos assim. Não importa a idade que tenhamos, a classe social a que pertencemos, a vida que tivemos... Temos saudades e sentir isso faz bem!

Olhar a velha foto, já amassada e amarelada pelo tempo, que muitas vezes faz correr a lágrima dos olhos; ouvir a música que embalou tantas festas e romances; jogar um jogo que era a “febre” do momento... Sempre faz bem.

Sentir saudade, cultivar a saudade, faz bem. O que não faz bem é viver de saudade. Porque aquele que vive preso no seu passado, na sua saudade, acaba não vivendo o seu presente.

Se hoje chora porque queria ter vivido melhor o que passou, amanhã irá chorar porque não viveu nada além do saudosismo, muitas vezes, barato.

Ter saudade é bom, viver preso na saudade é suicídio!



Paulo dos Santos

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Criança, pelo direito de viver!

Infância nos faz lembrar de coisas boas, da época em que brincávamos até tarde, não tínhamos horários para acordar, não nos preocupávamos com outras coisas a não ser os estudos. Alguns, os mais antigos, até se vangloriam por ter ajudado os pais na roça.

Todos devemos ter passado por isso, algo natural na vida de qualquer criança. Assim como era natural o nosso desejo de crescer, nos tornamos “gente grande”, pessoa adulta, coisa que não passava do nosso pensamento – “criança serve para ser criança” diziam nossos pais!

Mas o mundo é muito dinâmico, muda muito rápido. Quando nos damos conta já estamos vivendo uma nova era. Um novo pensador ganha destaque e tudo passa a caminhar de acordo com a sua batuta. O que causa reflexos em todos os momentos da vida, inclusive na infância!

Hoje, graças a tecnologia cada vez mais avançada, estamos vivendo em um mundo virtual. Podemos ir ao Japão sem sair da nossa poltrona. Também os jogos e brincadeiras de criança ficaram restritos a tela do computador e demais equipamentos avançados que nem ouso citar.

As coisas estão mudando e nós estamos enjaulando as nossas crianças em um mundo que nem nós, adultos, conseguimos dominar direito. Aquilo que meu pai gostava hoje se tornou antiquado. Uma criança não se interessa mais pelo “pião”, “ioiô”, “amarelinha”, nós aprisionamos a criança a imaginar aquilo que o “RPG” está provocando e prevendo...

Muitos são os movimentos e lutas que surgem por aí, e eu gostaria de criar mais um hoje, o “Movimento Criança, pelo direito de viver!”

Não estamos dando espaço para as nossas crianças viverem de fato! Estamos criando pessoas cada vez mais dependentes do virtual, que esquecem o contato pessoal e físico. Estamos obrigando as nossas crianças a gostar do que gostamos e viver o que vivemos.

Basta ver os jornais. Há pouco nos deparamos com a notícia de uma mãe que injetava “Botox” na filha – criança – para concorrer a concursos de beleza. Outra mãe que colocava seios e “bumbum” postiço na filha – criança – também para concorrer a concursos de beleza.

E não bastando, todos os atentados contra a infância que nós criamos, chegamos ao ponto de levantar bandeiras em favor do aborto.

Estamos matando a infância das nossas crianças de todas as formas. Estamos criando um mundo onde as crianças não têm mais vez e, talvez, nem existam mais. Até parece que queremos uma sociedade apenas de adultos egoístas e hedonistas.

Volto a dizer, sou a favor do “Movimento Criança, pelo direito de viver!” Estamos em pleno século XXI e não podemos terminar com aquilo que é mais belo e rico, a infância.



Paulo dos Santos


Texto publicado no "Jornal da Comunidade" em 14 de outubro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mãe é mãe

Fui instigado a falar de mãe, normalmente um texto começa assim. Quando alguém nos instiga quer ver até onde nós vamos e assim, fazemos o máximo para não decepcionar.

A mãe já nos ama desde antes mesmo de nascermos – salvo raras exceções, é claro – e acaricia e acompanha e vive!

A mãe está ligada intimamente com sua prole, afinal o filho pode ter cinquenta anos, mas ela sempre agirá como se o cordão umbilical não tivesse sido cortado.

Tem mãe coruja, mãe liberal, mãe linha dura e até aquela que “curte a vibe”! Mas no fundo, mãe é mãe! Mãe ama e acaricia e acompanha e vive cada passo da vida do filho. Pode não parecer muito presente, mas é apenas aparência. Mãe sabe, antes que o filho fale!

Minha mãe e eu sempre tivemos uma boa relação. Ela era a linha dura da casa, mas ao mesmo tempo sempre foi daquelas de agitar, colocar as coisas para cima, “curtir a vibe”. Mas, por passar horas com seus filhos – enquanto o marido trabalhava e estudava – foi necessário empunhar o chicote algumas vezes para colocar regras na residência em que protegia como uma leoa.

Costumava jogar videogame comigo! Adorava uma aventura do “Donkey Kong” “Super Mário” e tal... Mas também, quando alguma coisa ia mal, parece que tinha por prazer nos colocar de castigo. Acabar com a brincadeira.

Nos ensinou a sermos “retos” na vida e educados com as pessoas, ninguém tem culpa se o teto está caindo sobre a nossa cabeça. Da mesma forma que nos fez aprender que não levar as coisas tão a sério, faz bem!

Às vezes a mãe vai liberando os filhos, para que estes vivam, mesmo sem querer! Às vezes, se tornam quase que obrigadas a isso. Se fosse por elas, filho não crescia. Filho ficava pequeno e não se machucaria com nada.

Hoje vejo a mesma história acontecer com meus irmãos mais novos. Todo aquele afeto, misturado com dureza, passado para os menores. É necessário saber desde pequeno, que na vida também é necessário sofrer para ser gente grande de verdade. É necessário saber que nem tudo são flores... Mas o sol sempre vem de manhã!



Paulo dos Santos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desabafo desperto

Acordar cedo, ao raiar o sol, já é uma rotina da sociedade “bem” desenvolvida, que trabalha horas para não ganhar nada além de boas preocupações! Sério, as pessoas dormem pouco, acordam cedo, dão duro o dia todo e mal tem tempo para viver a própria vida. Falta de justiça essa!

Vivemos uma vida que não é nossa. Defendemos patrimônios, que não são nossos. Vestimos uma camiseta que nos é emprestada, pelo menos até o dia em que nos convidarão a passar no departamento de pessoal para pegar as contas já acertadas.

Não sei se alguém já teve a decência de perguntar ao seu funcionário se este gosta de acordar cedo. A mim nunca foi perguntado. Detesto acordar antes das nove. Acordo por obrigação. Me dói os olhos, me dói o corpo. Me dói tudo!

Não sei quem disse a frase, “Deus ajuda quem cedo madruga”, mas imagino em que circunstância ela deve ter sido dita. Pense comigo: certo dia, a esposa de um homem hiperativo que tinha constantes crises de insônia, cansada de ser acordada antes das cinco da manhã, pelas batidas que ele ousava dar em volta da casa, gritou, “para com isso, infeliz!” Para retrucar ele disse: “mulher, Deus ajuda quem cedo madruga!”. E assim ficou. A humanidade paga por causa de alguém que tinha insônia!

Às vezes parece que se esqueceram de assinar a Lei Áurea. Dessa forma, nos tornamos escravos de nós mesmos... Nós nos escravizamos! Fazemos inúmeras greves e paralizações apenas para mostrar, para nós mesmos, que estamos inconformados, não nos damos por vencidos. Mas depois que tudo termina, voltamos a ser aquilo que nos propomos, sem mudar nada!

Não sou adepto da vagabundice alheia, mas sou a favor da liberdade sempre! Mas não leve tudo isso muito a sério, talvez tenha sido apenas um desabafo de um sonolento desperto!



Paulo dos Santos

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Vida nova

Acordou cedo e foi direto para frente do espelho. Mirava bem as imperfeições de sua face para que pudesse corrigi-las logo mais. Ora, hoje seria um dia especial. Dia de sair sozinha, ir ao Parque da Redenção. Sentar no grama e tomar seu chimarrão.

Sentia necessidade de ficar só. Ir para longe, permitir que a mente voasse para o infinito e ali sentir o toque da brisa em todo o seu ser.

Manhã de setembro. Início de primavera. Dia de sol e as flores começando a brotar. Queria mesmo era ficar bonita para se misturar às flores do chão. Sentia-se bela, reconhecia a sua própria beleza. Mas, hoje, era necessário corrigir toda e qualquer imperfeição, por mais mínima que fosse.

Naquele momento sentia necessidade de ser olhada, não mais como menina, mas como mulher. Já entrara nos seus vinte e cinco e queria ser reconhecida como mulher.

Enquanto no banho deixava que água descesse pelo seu corpanzil, aproveitava e relaxava cada parte do seu corpo. Hoje era um dia especial, sentia necessidade de estar diferente, reluzir.

Dos seus últimos amores, sobrara apenas a decepção. Queria mesmo era ficar sozinha por um tempo. Ficar livre das crises possessivas de namorados mimados e desconfiados. Sabia ser fiel e foi, isso a acalmava.

Agora era um dia especial, dia de começar a viver novamente. De dar vida aos seus sonhos, permitir ser feliz. Que a vida lhe esperasse, pois sentia que agora é que começaria a viver!



Paulo dos Santos

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tomé!

“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Tomé, por que me assemelho tanto a ti, se pude ouvir da boca de Deus “Bem aventurados são os que não viram, e creram!”?


Tomé, por que me assemelho tanto a ti querendo ficar preso nas minhas vãs convicções, se sabemos que Jesus é o Deus do impossível? Por que me uno tanto a ti e busco ter uma visão humana daquilo que é Mistério?

Deus é mistério e tudo o que provém Dele faz parte de algo que não conheço a não ser pelo dom da fé. E se pouco creio nas coisas espirituais, logo pequena é a minha fé. Ora, aquele que entra barca está disposto a seguir pelo mar e sua correnteza.

♫O mar é Deus (...)♫ Se quero navegar neste mar, tenho de estar convicto que devo responder a cada proposta que me é feita pela torrente. Não posso ficar parado me deixando levar pela maré, mas tenho que ter atitudes ante os ventos que muitas vezes são contrários.

De certa forma, Deus nos chama a irmos além daquilo que é visível. Convida-nos a “fincarmos” o pé em um chão que, pelos olhos humanos, não é firme, mas pelos olhos da fé é seguro!



Paulo dos Santos

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Em uma próxima, talvez!

Ando pela rua, perdido, tento em vão encontrar teus olhos em meio à multidão, mas não sei onde te escondes. Porque me deixaste aqui a vagar pelos meus próprios sentimentos, se em ti não posso mais minha cabeça recostar?

Não julgues que não sofro, frente às grandes tristezas que a vida teima em nos apresentar. Não julgues que não choro, frente às inúmeras restrições que ousamos em fazer.

A vida é poesia, e é isto que insisto no papel deitar. Literatura não serve para ser explicada, mas para ser sentida.

Não penses que tudo aqui é ilusão ou, por se tratar de letras, pode ser mentira. Mas também não creias tu, que tudo aqui é verdade, afinal, literatura é arte.

Ora será verdade aquilo que couber no teu coração, o que não couber, deixa, talvez da próxima eu fale de sonhos!



Paulo dos Santos

terça-feira, 2 de agosto de 2011

“Quem sou eu?”

“Quem sou eu?” Ouso frequentemente perguntar. De fato, quem sou eu?! Sou o que pergunta ou que duvida? Sou o que busca a resposta, ou o que para na interrogação? Nem sempre sei quem eu sou.

Duvidar de mim mesmo, das minhas capacidades, isso é normal para quem não se conhece ainda. E eu não me conheço! Duvidar das minhas próprias expectativas, isso normal para quem não sabe esperar.

Eu espero em Naquele que me dá força. Não sei esperar muito bem, mas espero. Quero esperar no meu tempo, e não no tempo Daquele que pode me dar às respostas.

“Quem sou eu?” Ouso frequentemente perguntar. Às vezes tenho medo da resposta, tenho medo para onde isso tudo pode me levar, mas mesmo assim ouso fazer a pergunta. Olho tudo em volta e me esqueço de olhar o principal, o coração. Lá está uma gama de respostas que a vida tem me feito, ferozmente, perguntar.



Paulo dos Santos

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Livre para voar

Acabara de soar a campainha do despertador. 5 horas da manhã e Tereza já estava correndo para o banho. O dia será cheio, aliás, que dia não é cheio em sua vida? Acordar às 5 horas, tomar banho, preparar o café para os dois filhos que ainda vão ao colégio, pegar o ônibus das 6, o trem quarenta minutos depois. E chegar ao serviço às oito.

Depois de um dia cansativo, voltar para casa às 17 horas, tomar a lição dos filhos, arrumar a casa, lavar a roupa, fazer a janta e depois já tarde da noite, ir para a cama. Vida que não para. Pensa consigo, “andam dizendo por aí que cabeça vazia é oficina do diabo, ora eu mal tenho tempo para viver, quem dirá para esvaziar a mente”.

Sua vida é assim desde o dia que Agenor, seu marido, entrou em casa lúcido, coisa que pouco acontecia, e disse que estava indo embora. Arrumara uma nova mulher. No início pensou que morreria ela e os dois filhos, depois se permitiu entrar em uma pequena depressão. Até que quinze dias depois, levantou da cama, abriu todas as janelas da casa, ligou o rádio bem alto e pôs-se a dançar.

Os vizinhos diziam:
- A Tereza enlouqueceu!
- Acho que dessa vez ela se mata!
- Essa mulher tem problemas!

Não! A Tereza descobrira que estava liberta. Desses dezoito anos de casada com Agenor, o vira entrar bêbado em casa durante dezessete. Descobrira que não aguentava mais apanhar calada. Começou com um pequeno tapa no rosto e já estava levando socos de mãos fechadas.

Fizera de tudo para não terminar. Amava aquele homem. Cuidava dele mesmo depois das agressões. Enquanto apanhava, segurava firme nas mãos a xícara de chá de marcela para que não se perdesse nenhuma gota no chão.

O amava, mas durante aqueles quinze dias, viu que não conseguiria suportar a dor da traição. Doeu muito mais saber que não era a única, do que todos os tapas que levara.

Agora era vida nova! Levantar a cabeça. Vestiu sua melhor roupa, maquilou-se muito bem e foi à procura de um emprego. Conseguiu de doméstica numa casa de patrões ricos. Descobriu a liberdade que por anos não tivera.

Viu que isso lhe fez bem. Na volta, passou na Igreja, tinha fé. Ajoelhada, disse para Deus que não tivera culpa de estar separada, mas que agradecia por ter ficado livre. Livre para voar. Não se importaria de trabalhar incansavelmente por anos, desde que pudesse viver, então, tudo aquilo que se privara por uma vida.





Paulo dos Santos

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tramas do fim

Madrugada alta, não conseguia mais dormir. Roberto sentia que o fim chegara! De fato, não tinha mais o que ser feito, era o final que batia à porta e pedia espaço, não apenas para entrar, mas para instalar-se em sua vida de fato.


Sentia que ainda amava aquela mulher. Luana fora especial demais em sua vida para que pudesse esquecer assim tão rápido e tão fácil. Juntos, sonharam um futuro próximo em que subiriam ao altar e dariam seu “sim” até a eternidade. Juntos, planejaram o que fariam depois de casados. Juntos, juraram se amar até o dia em que a morte lhes aparecesse no caminho.

Agora as lembranças de cada momento, sonhos, beijos, se faziam presentes na sua memória e lhe davam cada vez mais certeza de que seria muito difícil esquecê-la, muito mais do que poderia inclusive imaginar naquela hora.

Do outro lado, Luana também deixava a lágrima cair. Não fazia cerimônia ante os sentimentos que lhe rodeavam. A dor pelo fim se fizera presente, e não conseguiria fazer outra coisa senão permitir que as lágrimas descessem pelo rosto.

Dor doída. Não uma pequena dor, mas uma dor que abre o peito, dilacera o coração. Dor maior que a de uma lança. Aprendeu amar aquele homem. A cada dia foi se apaixonando mais e o sentimento foi surgindo. Dor que esmaga, dá nó! Esmaga o peito, dá nó na garganta.

Luana aprendeu a amar aquele que a amou primeiro. Roberto a amou, mas não o suficiente para fazê-la integralmente feliz. Era a hora do fim. Nada poderia adiar o que já estava consumado.

O amor ainda existe, eles não conseguem negar. Luana e Roberto sentem que este amor nunca acabará, nem mesmo com o fim de um relacionamento que não soube frutificar.



Paulo dos Santos


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Rascunhos

Escrever, para mim, não é tão simples! Tem toda uma magia por trás do que escrevo. Tem toda uma entrega que, depois, quando leio, cada linha denota quem eu sou!

Escrever, para mim, é como que um ritual! Devo estar envolvido naquilo que escrevo para tornar vida àquilo que vivo!

Escrever, para mim, é como viver! Aqui libero aquilo que sinto para que junto às letras possa ganhar vida própria!

Escrever, para mim, é como um sonho! Em que me permito sentir e viver o mais abstrato do meu sentimento e deixo-o voar na nuance do pensamento!

Escrever, para mim, é como estar apaixonado! Em que me deleito ao deitar no papel o que sinto, para sorver, como que dos mais belos lábios, a entrega apaixonada de alguém que se permite amar!



Paulo dos Santos




quarta-feira, 15 de junho de 2011

Enigmas de um tempo

O tempo é um mistério que ainda não sabemos como definir e viver. Não falo em tempo, como hora ou estação, falo em tempo enquanto vida, sentimento e emoção. Falo em um tempo em que muitas vezes queremos estar. Falo em um tempo em que muitas vezes só nos resta sonhar.

Tem dias que a vontade de sumir bate ao mesmo tempo em que quero ficar. Tem dias que a vontade de correr está ligada a vontade, louca, de parar. Tem dias que tudo o que quero é me apaixonar.

Tem vezes que nem o meu querer sei definir. Tem vezes que tudo parece fugir e eu aqui não sei como faço para me encontrar. Tem vezes que sonho e não faço questão de acordar. Tem vezes que acordo porque não quero sonhar.

Tem noites que passam sem nem que eu possa notar. Tem noites que voam não dando chances de eu descansar. Tem noites que me escondo no escuro para não mais te ver. E tem noites que a vela acendo para tentar te conhecer.

Paulo dos Santos
               

terça-feira, 7 de junho de 2011

Será que sou do contra?

Acho que levo muito a sério a frase de Nelson Rodrigues, “toda unanimidade é burra!” Não sei, mas é muito estranho como eu não consigo gostar daquilo que é unânime!

Romário e Ronaldo não passam de simples atacantes, a meu ver, que precisavam da bola nos pés para marcar; nada além do normal. Sundae não é tão bom quanto aparenta. McDonald’s é pequeno e tem gosto de isopor industrializado. Cinema é desconfortável. A maioria dos sertanejos universitários são ruins e desafinados...

É estranho, mas eu acabo me tornando do contra! Penso que quando algo se salienta e aí surge aquela onda “apaixonada” em torno de um gosto só, falta na realidade senso crítico e personalidade daqueles que aderem.

Está certo, sei que eu posso ser o chato da vez... Mas é estranho ver que algo falho não é contestado, é simplesmente aceito pelo senso comum. Acho que aí está o problema, na sociedade sobra o senso comum e falta a análise séria e responsável da realidade! 



Paulo dos Santos

quarta-feira, 1 de junho de 2011

"O que nos falta é coragem de jogar tudo pro alto e não mais nos preocuparmos com os cacos; apenas pegar a reta e sumir para sermos felizes!!"

Paulo dos Santos

Coragem, coragem...

♫Quantas chances desperdicei (...)♫ É o que nos diz a Legião Urbana, na belíssima voz de Renato Russo. E de fato, o que melhor fazemos é desperdiçar as chances. Desperdiçamos as grandes chances que aparecem para que sejamos felizes.

As inúmeras possibilidades de declararmos o nosso amor àquela pessoa que nos faz tão bem; as inúmeras possibilidades de reafirmarmos as nossas posições. As inúmeras possibilidades de seguirmos o caminho que realmente nos fará felizes; passamos por cima, abafamos, como se fosse algo irreal ou inalcançável.

Quantos caminhos surgem a nossa frente e nós não temos coragem de seguir? ♫Coragem, coragem, se o que você quer é aquilo que pensa e faz! Coragem, coragem, eu sei que você pode mais!♫ Palavras de ânimo do sábio Raul Seixas! Gosto dessa música; gosto mais ainda desse verso!

Tenhamos coragem, não podemos mais permitir que as chances passem como se nada tivesse acontecido. Tenhamos coragem, não podemos mais desperdiçar talvez a maior chance de sermos felizes! Tenhamos coragem, sigamos em frente, façamos o certo. Podemos mais do que isso!

Paulo dos Santos