quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tramas do fim

Madrugada alta, não conseguia mais dormir. Roberto sentia que o fim chegara! De fato, não tinha mais o que ser feito, era o final que batia à porta e pedia espaço, não apenas para entrar, mas para instalar-se em sua vida de fato.


Sentia que ainda amava aquela mulher. Luana fora especial demais em sua vida para que pudesse esquecer assim tão rápido e tão fácil. Juntos, sonharam um futuro próximo em que subiriam ao altar e dariam seu “sim” até a eternidade. Juntos, planejaram o que fariam depois de casados. Juntos, juraram se amar até o dia em que a morte lhes aparecesse no caminho.

Agora as lembranças de cada momento, sonhos, beijos, se faziam presentes na sua memória e lhe davam cada vez mais certeza de que seria muito difícil esquecê-la, muito mais do que poderia inclusive imaginar naquela hora.

Do outro lado, Luana também deixava a lágrima cair. Não fazia cerimônia ante os sentimentos que lhe rodeavam. A dor pelo fim se fizera presente, e não conseguiria fazer outra coisa senão permitir que as lágrimas descessem pelo rosto.

Dor doída. Não uma pequena dor, mas uma dor que abre o peito, dilacera o coração. Dor maior que a de uma lança. Aprendeu amar aquele homem. A cada dia foi se apaixonando mais e o sentimento foi surgindo. Dor que esmaga, dá nó! Esmaga o peito, dá nó na garganta.

Luana aprendeu a amar aquele que a amou primeiro. Roberto a amou, mas não o suficiente para fazê-la integralmente feliz. Era a hora do fim. Nada poderia adiar o que já estava consumado.

O amor ainda existe, eles não conseguem negar. Luana e Roberto sentem que este amor nunca acabará, nem mesmo com o fim de um relacionamento que não soube frutificar.



Paulo dos Santos


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