quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Vida nova

Acordou cedo e foi direto para frente do espelho. Mirava bem as imperfeições de sua face para que pudesse corrigi-las logo mais. Ora, hoje seria um dia especial. Dia de sair sozinha, ir ao Parque da Redenção. Sentar no grama e tomar seu chimarrão.

Sentia necessidade de ficar só. Ir para longe, permitir que a mente voasse para o infinito e ali sentir o toque da brisa em todo o seu ser.

Manhã de setembro. Início de primavera. Dia de sol e as flores começando a brotar. Queria mesmo era ficar bonita para se misturar às flores do chão. Sentia-se bela, reconhecia a sua própria beleza. Mas, hoje, era necessário corrigir toda e qualquer imperfeição, por mais mínima que fosse.

Naquele momento sentia necessidade de ser olhada, não mais como menina, mas como mulher. Já entrara nos seus vinte e cinco e queria ser reconhecida como mulher.

Enquanto no banho deixava que água descesse pelo seu corpanzil, aproveitava e relaxava cada parte do seu corpo. Hoje era um dia especial, sentia necessidade de estar diferente, reluzir.

Dos seus últimos amores, sobrara apenas a decepção. Queria mesmo era ficar sozinha por um tempo. Ficar livre das crises possessivas de namorados mimados e desconfiados. Sabia ser fiel e foi, isso a acalmava.

Agora era um dia especial, dia de começar a viver novamente. De dar vida aos seus sonhos, permitir ser feliz. Que a vida lhe esperasse, pois sentia que agora é que começaria a viver!



Paulo dos Santos

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