
Já era noite. Debruçado na janela eu via a bela noite que começava. Há quanto tempo não via o anoitecer. Não que eu estivesse esperando a noite chegar, quando me dei por conta estava ali, debruçado na janela olhando as estrelas que timidamente começavam a aparecer no céu.
Ao longe podia ouvir o barulho dos insetos, fazia muito que não parava para ouvir os grilos. O ar do campo estava me fazendo bem, podia notar a diferença. Estava começando a entender o porquê de algumas pessoas saírem de suas casas, na cidade, para refugiarem-se no campo durante algum tempo. O campo relaxa, tira o estresse.
Não que eu estivesse ali porque queria, mas sim, porque a condição que eu me encontrava me obrigava, digamos, a fugir da civilização. Pois, se eu resolvesse continuar no meu canto, ninguém entenderia bulhufas do que estava acontecendo. Por isso resolvi retirar-me, ir para meio do mato, para a casa de um amigo. Mas primeiro tinha que ter certeza que não apareceria ninguém durante algum tempo.
Desci. Estava com fome, mas sem vontade de fazer nada. Não estava disposto a encarar um fogão e, por azar, no campo não tem “McDonald's”. Seria obrigado a fazer alguma coisa para não morrer de fome. Mas pensando bem seria até bom, pois adiantaria o processo natural das coisas.
Processo natural das coisas. Se tem frase que me irrita é essa. Como posso dizer que minha morte não passa do processo natural das coisas? Como posso dizer que o sofrimento não passa do processo natural das coisas? Tenho certeza que alguém resolveu afirmar isso, sem ter certeza nenhuma, apenas para dar conforto para o resto da humanidade. E com isso, provavelmente, fundar uma religião baseada no processo natural das coisas, pois a morte de Jesus não passou do processo natural das coisas, afinal de contas foi por isso que ele veio à terra.
Sinto muito, mas eu não sou Jesus, nem, muito menos, obrigado a aceitar esse discurso besta sobre o processo natural das coisas. Para mim, o processo natural das coisas é a gente que faz. Ah! Mas estava cansado para debater comigo mesmo. Tinha que fazer alguma coisa para comer, estava ficando cada vez mais debilitado, é o processo natural das coisas.
Comi uma comida ruim mas era o que tinha. Subi novamente para o quarto. Fui tão devagar que demorei um quarto de hora. Meu Deus, estava me arrastando. Percebi que não sou nada além de um corpo que se arrasta pelo chão, pois nem forças tenho para erguer os pés. Estava neste mundo a esmo. Mas é o processo natural das coisas.
Me joguei na cama, deixei o corpo cair. Fiquei inerte olhando para o teto, vendo os buracos nos gomos das tábuas. Quando era criança chamava de tauba e isso não faz muito tempo.
Estava muito cansado, meu corpo começou a deixar de obedecer as ordens da minha mente. Mandava e meu corpo não mais obedecia. Apaguei. Sentia frio, mas não conseguia levantar. Me esforcei por alguns minutos, ou segundos, talvez, mas meu corpo não teve reação nenhuma. Deixei assim mesmo. Nem me preocupei. Será que já era a hora de deixar esse mundo? Se fosse, não passaria do processo natural das coisas.
Ao longe podia ouvir o barulho dos insetos, fazia muito que não parava para ouvir os grilos. O ar do campo estava me fazendo bem, podia notar a diferença. Estava começando a entender o porquê de algumas pessoas saírem de suas casas, na cidade, para refugiarem-se no campo durante algum tempo. O campo relaxa, tira o estresse.
Não que eu estivesse ali porque queria, mas sim, porque a condição que eu me encontrava me obrigava, digamos, a fugir da civilização. Pois, se eu resolvesse continuar no meu canto, ninguém entenderia bulhufas do que estava acontecendo. Por isso resolvi retirar-me, ir para meio do mato, para a casa de um amigo. Mas primeiro tinha que ter certeza que não apareceria ninguém durante algum tempo.
Desci. Estava com fome, mas sem vontade de fazer nada. Não estava disposto a encarar um fogão e, por azar, no campo não tem “McDonald's”. Seria obrigado a fazer alguma coisa para não morrer de fome. Mas pensando bem seria até bom, pois adiantaria o processo natural das coisas.
Processo natural das coisas. Se tem frase que me irrita é essa. Como posso dizer que minha morte não passa do processo natural das coisas? Como posso dizer que o sofrimento não passa do processo natural das coisas? Tenho certeza que alguém resolveu afirmar isso, sem ter certeza nenhuma, apenas para dar conforto para o resto da humanidade. E com isso, provavelmente, fundar uma religião baseada no processo natural das coisas, pois a morte de Jesus não passou do processo natural das coisas, afinal de contas foi por isso que ele veio à terra.
Sinto muito, mas eu não sou Jesus, nem, muito menos, obrigado a aceitar esse discurso besta sobre o processo natural das coisas. Para mim, o processo natural das coisas é a gente que faz. Ah! Mas estava cansado para debater comigo mesmo. Tinha que fazer alguma coisa para comer, estava ficando cada vez mais debilitado, é o processo natural das coisas.
Comi uma comida ruim mas era o que tinha. Subi novamente para o quarto. Fui tão devagar que demorei um quarto de hora. Meu Deus, estava me arrastando. Percebi que não sou nada além de um corpo que se arrasta pelo chão, pois nem forças tenho para erguer os pés. Estava neste mundo a esmo. Mas é o processo natural das coisas.
Me joguei na cama, deixei o corpo cair. Fiquei inerte olhando para o teto, vendo os buracos nos gomos das tábuas. Quando era criança chamava de tauba e isso não faz muito tempo.
Estava muito cansado, meu corpo começou a deixar de obedecer as ordens da minha mente. Mandava e meu corpo não mais obedecia. Apaguei. Sentia frio, mas não conseguia levantar. Me esforcei por alguns minutos, ou segundos, talvez, mas meu corpo não teve reação nenhuma. Deixei assim mesmo. Nem me preocupei. Será que já era a hora de deixar esse mundo? Se fosse, não passaria do processo natural das coisas.
Paulo de Oliveira dos Santos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário