terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Chamado de Deus = FELICIDADE



Deus nos chama a várias coisas. Ele nos chama ao MATRIMONIO, à MISSÃO, a EVANGELIZAÇÃO, ao SACERDÓCIO, mas nos chama, principalmente, à FELICIDADE! Seu propósito, para nós, é que todos sejamos felizes.
Vamos refletir o Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Mateus, capítulo 5, versículos 13 a 16. Diz assim:
“Naquele tempo disse Jesus às multidões: ‘Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem vosso Pai que está nos céus’.”
O Senhor, nessa passagem do Sermão da Montanha, nos convida a sermos SAL E LUZ. O que é ser SAL E LUZ?
O sal é aquele que dá o sabor para todas as coisas, a luz serve para iluminar. Portanto, quando Jesus nos chama para sermos SAL E LUZ, ele nos chama para sermos o sabor CRISTÃO DO MUNDO e sermos a pequena “vela” que leva para a grande chama que é: CRISTO JESUS.
O SAL do Cristão é a alegria. É essa alegria que deve contagiar as pessoas e levá-las para Deus. A vida Cristã é uma vida alegre, baseada no amor de Deus!
O mundo nos oferece todos os prazeres possíveis: SEXO, “DROGAS”, FESTAS, etc... Mas, só Deus nos oferece o AMOR.
São João afirma: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (I João 4, 8). São João nos deixa bem claro que devemos viver esse amor de Deus. As coisas do mundo, só nos dão o PRAZER MOMENTÂNEO e o amor de Deus nos dá a vida eterna. Assim diz São Paulo em sua carta aos Efésios: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muitos amados. Quanto à fornicação, à impureza sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos. Porque, sabei-o bem, nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terão herança no reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5, 1. 3. 5).
Deus apenas quer que sejamos felizes. Por isso, não nos impõe nada dando-nos a chance de escolher entre a felicidade da carne, ou a felicidade do espírito. Cabe a nós escolhermos se queremos ou não fazer parte desse amor maior. Por isso recebemos de Deus esses vários chamados que nos levam a um só caminho: A FELICIDADE.
A esses chamados cabe a nós dizermos sim ou não. Deus nos chama sabendo que o que ele nos oferece é o melhor que podemos ter. Por isso, nos chama a várias coisas. Tem pessoas que recebem o chamado para ser feliz ao lado de uma família, ou a frente de uma comunidade como líder espiritual. Outras recebem o chamado de Deus para ser feliz cuidando da saúde dos outros, ou cuidando da vida financeira das pessoas.
São vários os chamados. Várias são as oportunidades que recebemos de Deus. Oportunidades que cabe a nós aproveitá-las, ou não.
Mas, mesmo assim, Deus nos ama e está de braços abertos a nossa espera. Ele não se cansa NUNCA! E cada vez, mesmo com os nossos freqüentes pecados, nos ama mais. Ama-nos mais, porque sabe que erramos em busca da nossa felicidade.
Ele sabe que somos humanos e cada vez mais falhos, e mesmo assim, ele nos ama. Muitas vezes, por nossa condição humana, nós não entendemos o que Deus quer e espera de nós. São momentos em que queremos ser “deus” de nossas vidas. São esses os momentos que colocamos as nossas vontades acima das vontades de Deus. Mas, mesmo assim, Ele nos ama com um amor incondicional. “Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá.” (Salmos 26, 10). Por mais que eu fuja de Deus e de seus preceitos de felicidade, ele sempre estará junto de mim.
Mas Deus, também, nos coloca condições. Ao escolhermos estar junto Dele, ele quer que sejamos inteiramente Dele. “Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te.”. Deus enxerga e sabe tudo o que fazemos. Mas mesmo assim, com um simples sinal de arrependimento, ele nos acolhe.
Por isso ele nos chama a felicidade. E nós, como Cristãos, não devemos nunca, jamais, deixá-la e privar os nossos irmãos dela, pois ela é o melhor que temos para oferecer, porque é dom gratuito de Deus.
E, quando escolhemos e desejamos seguir o caminho traçado por Deus em nossas vidas, Ele deseja que sejamos alegres e transmitamos essa alegria. Deus não quer um povo entristecido. Não! Ele quer um povo que faça as coisas com a alegria de ser Cristão, no coração. Ele quer que a nossa ADORAÇÃO seja feita com amor e felicidade. Assim diz o Evangelho segundo São Marcos: “Apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam. Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: ‘Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham. Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará.’ Em seguida, ele as abraçou e as abençoou, impondo-lhes as mãos.” (São Marcos 10, 13-16). Ele não quer tristeza nem pesar na nossa oração, e Ele nos quer, e deseja, que tenhamos uma alegria de criança, porque não há motivos para sermos tristes: CRISTO RESSUSCITOU E É DEUS E CONSIGO LEVOU OS NOSSOS PECADOS E ENFERMIDADES. “Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)” (Isaías 53, 7).
Sendo assim, Ele nos chama a felicidade porque estamos libertos, pelo sangue do Senhor. E a felicidade está em se doar aos planos Dele, não importa o que Ele deseje de nós. Abraão doou-se a Deus, quando Ele pediu Isaac como oferta, e Deus deu-lhe não só a vida de Isaac, mas deu a grande FELICIDADE, recompensando-o com o seu infinito AMOR.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os papéis da humanidade


Tudo são papéis. Se pararmos para pensar, até mesmo nós, nada mais somos do que papéis. Certidão de Nascimento, Carteira de Identidade, Certidão de Casamento, dinheiro, notas fiscais, até o fatídico fim... Certidão de Óbito. Para a humanidade as coisas só têm valor, se estiverem escritas num papel.

Quando nascemos, não passamos de uma "coisa", um corpo, só teremos vida e passaremos a ser importante para a sociedade, se estivermos registrados num papel. A tal Certidão de Nascimento. Depois de grandes, essa Certidão deve ser substituída por uma carteira, e além de papel, passamos a ser números, também.

- Quem é o senhor? - pergunta o gerente do Banco.

- Eu sou o 4055879053! - responde todo animado, por ter conseguido decorar o seu número.

Daí por diante, o número passa a nos acompanhar a vida toda também. De RG, passamos a CPF, Carteira de Habilitação e assim por diante. Tudo são papéis e números. Sempre nessa ordem. O papel é sempre mais importante.

As maiores brigas da humanidade são por causa do papel. Embora ninguém note, o papel é o grande vilão da história. O papel significa poder. Ainda mais se esse papel for "verdinho", tiver estampado o rosto de um dos presidentes americano, estar escrito um número nele. E se chamar DÓLAR. Aí sim. É o caos. País invade país por causa do tal do Dólar, que teima em se fazer de melhor qualidade. Bolsas caem, Dólar sobe, a inflação dispara. O caos está anunciado. Tudo por causa de um papel. O dinheiro. Ou você acha que as grandes civilizações brigariam por pequenos níqueis? As civilizações querem e gostam de papel. Níquel quase não tem valor, papel sim... Papel tem muito valor.

A crise financeira poderia ser muito bem resolvida se os Bancos Centrais resolvessem liberar mais papel. Ou desse mais valor ao níquel que já está em circulação. Mas níquel não... Não dá! Níquel vai contra os princípios.




O casal 9784522 sai do Cartório depois de se casarem. Agora sim, podem se dizer casados. Os 35 anos que viveram juntos sem a Certidão de Casamento e o número do registro não significam nada para as sociedade. Nas rodas de amigos, sempre vinha a pergunta:

- Há quanto tempo vocês estão juntos?

- Estamos casados há 33 anos.

- Hum! Estão juntos há 33 anos.

Juntos, sim... Casados, não. Eles não tem o papel. Agora podem-se dizer casados. Agora a sociedade pode considerá-los um verdadeiro casal. Os verdadeiros casais são aqueles que possuem o papel.



Após uma discussão, o casal resolve se separar e na hora da divisão, Tereza pega para si mais coisas do que Diego.

- Ei! Essa televisão é minha. - diz ele.

- Você tem a nota?

Ele olha em volta, não tinha.

- Então a televisão é minha.

E assim vai. Até mesmo em uma separação, o casal só está separado se houver algum papel atestando. Tudo são papéis.



Quando percebemos, até para morrer decentemente precisamos de um papel. As pessoas precisam confirmar a sua morte. E, essa confirmação só se dá graças a um papel. Você já imaginou se no dia que nascemos, recebemos do tabelião, por engano, ao invés da Certidão de Nascimento uma Certidão de Óbito. Tente se imaginar brigando para confirmar que você está vivo. Que você é uma pessoa que ainda não morreu.


Pois é, o papel tem mais influência na sociedade do que nós. A sociedade não quer pessoas, mas sim, papéis. Mas um dia, eles se darão conta de que papel prejudica o meio ambiente, e com a grande tecnologia que nos engloba, passaremos a não ser mais papéis, mas seremos "chip's". Grandes "chip's" em movimentação para dar vida à sociedade.




Paulo de Oliveira dos Santos.

Espelho


Me olho no espelho
E ainda vejo o passado.
O presente, não é presente
No meu retrato.

Ainda vejo graça
Nas brincadeiras de criança.
Ainda vejo um sonho
Perdido, uma esperança.

Ainda quero deitar-me
No teu colo,
E lá não quero mais te deixar
Nem quando olhar para o espelho.



Paulo de Oliveira dos Santos
Resolvi postar uma poesia, também, escrita por mim. De vez em quando vem, embora eu prefira escrever contos e crônicas.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O processo natural das coisas


Já era noite. Debruçado na janela eu via a bela noite que começava. Há quanto tempo não via o anoitecer. Não que eu estivesse esperando a noite chegar, quando me dei por conta estava ali, debruçado na janela olhando as estrelas que timidamente começavam a aparecer no céu.
Ao longe podia ouvir o barulho dos insetos, fazia muito que não parava para ouvir os grilos. O ar do campo estava me fazendo bem, podia notar a diferença. Estava começando a entender o porquê de algumas pessoas saírem de suas casas, na cidade, para refugiarem-se no campo durante algum tempo. O campo relaxa, tira o estresse.
Não que eu estivesse ali porque queria, mas sim, porque a condição que eu me encontrava me obrigava, digamos, a fugir da civilização. Pois, se eu resolvesse continuar no meu canto, ninguém entenderia bulhufas do que estava acontecendo. Por isso resolvi retirar-me, ir para meio do mato, para a casa de um amigo. Mas primeiro tinha que ter certeza que não apareceria ninguém durante algum tempo.
Desci. Estava com fome, mas sem vontade de fazer nada. Não estava disposto a encarar um fogão e, por azar, no campo não tem “McDonald's”. Seria obrigado a fazer alguma coisa para não morrer de fome. Mas pensando bem seria até bom, pois adiantaria o processo natural das coisas.
Processo natural das coisas. Se tem frase que me irrita é essa. Como posso dizer que minha morte não passa do processo natural das coisas? Como posso dizer que o sofrimento não passa do processo natural das coisas? Tenho certeza que alguém resolveu afirmar isso, sem ter certeza nenhuma, apenas para dar conforto para o resto da humanidade. E com isso, provavelmente, fundar uma religião baseada no processo natural das coisas, pois a morte de Jesus não passou do processo natural das coisas, afinal de contas foi por isso que ele veio à terra.
Sinto muito, mas eu não sou Jesus, nem, muito menos, obrigado a aceitar esse discurso besta sobre o processo natural das coisas. Para mim, o processo natural das coisas é a gente que faz. Ah! Mas estava cansado para debater comigo mesmo. Tinha que fazer alguma coisa para comer, estava ficando cada vez mais debilitado, é o processo natural das coisas.
Comi uma comida ruim mas era o que tinha. Subi novamente para o quarto. Fui tão devagar que demorei um quarto de hora. Meu Deus, estava me arrastando. Percebi que não sou nada além de um corpo que se arrasta pelo chão, pois nem forças tenho para erguer os pés. Estava neste mundo a esmo. Mas é o processo natural das coisas.
Me joguei na cama, deixei o corpo cair. Fiquei inerte olhando para o teto, vendo os buracos nos gomos das tábuas. Quando era criança chamava de tauba e isso não faz muito tempo.
Estava muito cansado, meu corpo começou a deixar de obedecer as ordens da minha mente. Mandava e meu corpo não mais obedecia. Apaguei. Sentia frio, mas não conseguia levantar. Me esforcei por alguns minutos, ou segundos, talvez, mas meu corpo não teve reação nenhuma. Deixei assim mesmo. Nem me preocupei. Será que já era a hora de deixar esse mundo? Se fosse, não passaria do processo natural das coisas.
Paulo de Oliveira dos Santos.