quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Vida nova

Acordou cedo e foi direto para frente do espelho. Mirava bem as imperfeições de sua face para que pudesse corrigi-las logo mais. Ora, hoje seria um dia especial. Dia de sair sozinha, ir ao Parque da Redenção. Sentar no grama e tomar seu chimarrão.

Sentia necessidade de ficar só. Ir para longe, permitir que a mente voasse para o infinito e ali sentir o toque da brisa em todo o seu ser.

Manhã de setembro. Início de primavera. Dia de sol e as flores começando a brotar. Queria mesmo era ficar bonita para se misturar às flores do chão. Sentia-se bela, reconhecia a sua própria beleza. Mas, hoje, era necessário corrigir toda e qualquer imperfeição, por mais mínima que fosse.

Naquele momento sentia necessidade de ser olhada, não mais como menina, mas como mulher. Já entrara nos seus vinte e cinco e queria ser reconhecida como mulher.

Enquanto no banho deixava que água descesse pelo seu corpanzil, aproveitava e relaxava cada parte do seu corpo. Hoje era um dia especial, sentia necessidade de estar diferente, reluzir.

Dos seus últimos amores, sobrara apenas a decepção. Queria mesmo era ficar sozinha por um tempo. Ficar livre das crises possessivas de namorados mimados e desconfiados. Sabia ser fiel e foi, isso a acalmava.

Agora era um dia especial, dia de começar a viver novamente. De dar vida aos seus sonhos, permitir ser feliz. Que a vida lhe esperasse, pois sentia que agora é que começaria a viver!



Paulo dos Santos

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tomé!

“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Tomé, por que me assemelho tanto a ti, se pude ouvir da boca de Deus “Bem aventurados são os que não viram, e creram!”?


Tomé, por que me assemelho tanto a ti querendo ficar preso nas minhas vãs convicções, se sabemos que Jesus é o Deus do impossível? Por que me uno tanto a ti e busco ter uma visão humana daquilo que é Mistério?

Deus é mistério e tudo o que provém Dele faz parte de algo que não conheço a não ser pelo dom da fé. E se pouco creio nas coisas espirituais, logo pequena é a minha fé. Ora, aquele que entra barca está disposto a seguir pelo mar e sua correnteza.

♫O mar é Deus (...)♫ Se quero navegar neste mar, tenho de estar convicto que devo responder a cada proposta que me é feita pela torrente. Não posso ficar parado me deixando levar pela maré, mas tenho que ter atitudes ante os ventos que muitas vezes são contrários.

De certa forma, Deus nos chama a irmos além daquilo que é visível. Convida-nos a “fincarmos” o pé em um chão que, pelos olhos humanos, não é firme, mas pelos olhos da fé é seguro!



Paulo dos Santos

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Em uma próxima, talvez!

Ando pela rua, perdido, tento em vão encontrar teus olhos em meio à multidão, mas não sei onde te escondes. Porque me deixaste aqui a vagar pelos meus próprios sentimentos, se em ti não posso mais minha cabeça recostar?

Não julgues que não sofro, frente às grandes tristezas que a vida teima em nos apresentar. Não julgues que não choro, frente às inúmeras restrições que ousamos em fazer.

A vida é poesia, e é isto que insisto no papel deitar. Literatura não serve para ser explicada, mas para ser sentida.

Não penses que tudo aqui é ilusão ou, por se tratar de letras, pode ser mentira. Mas também não creias tu, que tudo aqui é verdade, afinal, literatura é arte.

Ora será verdade aquilo que couber no teu coração, o que não couber, deixa, talvez da próxima eu fale de sonhos!



Paulo dos Santos

terça-feira, 2 de agosto de 2011

“Quem sou eu?”

“Quem sou eu?” Ouso frequentemente perguntar. De fato, quem sou eu?! Sou o que pergunta ou que duvida? Sou o que busca a resposta, ou o que para na interrogação? Nem sempre sei quem eu sou.

Duvidar de mim mesmo, das minhas capacidades, isso é normal para quem não se conhece ainda. E eu não me conheço! Duvidar das minhas próprias expectativas, isso normal para quem não sabe esperar.

Eu espero em Naquele que me dá força. Não sei esperar muito bem, mas espero. Quero esperar no meu tempo, e não no tempo Daquele que pode me dar às respostas.

“Quem sou eu?” Ouso frequentemente perguntar. Às vezes tenho medo da resposta, tenho medo para onde isso tudo pode me levar, mas mesmo assim ouso fazer a pergunta. Olho tudo em volta e me esqueço de olhar o principal, o coração. Lá está uma gama de respostas que a vida tem me feito, ferozmente, perguntar.



Paulo dos Santos