quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

As Chaves

Ontem perdi as minhas chaves! Descobri que tenho obsessão por elas. Tem gente que não vive sem celular, tem gente que não vive sem computador, tem gente que não vive sem internet... Tem gente que não vive sem um celular que tem computador e internet. Mas eu descobri que não vivo sem as minhas chaves!

As chaves são como possibilidades de abertura de uma nova vida, de uma nova porta. Quem nunca sonhou, quando criança, ter a chance de abrir portais, portais que nos levassem a vários caminhos. Quem nunca sonhou em completar a maioridade para bater no peito e dizer, “eu tenho as minhas chaves!”

As chaves são sinal de liberdade. Poder chegar a hora que quer, sair a hora que quer, poucos têm essa chance e quando se tem as chaves, se tem meio caminho andado.

Quem nunca quis ter as chaves do coração da menina mais bonita da escola, da menina mais interessante, da mais meiga. Quem nunca sonhou em ter a chave do castelo que libertasse a Rapunzel! Subir pela janela é muito cafona, sem contar que pode machucá-la, “jogue suas tranças Rapunzel”, como se o cabelo da menina fosse corda de escalar! Não, o segredo são as chaves. Chaves abrem tudo, portas, gavetas... Tudo!

Ontem perdi as minhas chaves! Tenho que refazê-las... Trabalho desnecessário. Se soubesse cuidar melhor da minha vida isso talvez não acontecesse!





Paulo de Oliveira dos Santos

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sociedade do amor

Hoje, quero partilhar com vocês um texto meu que foi publicado no Jornal VS - de circulação no Vale dos Sinos. Coluna Opinião, com publicação no dia 08/12/2010.


  

Sociedade do amor

 
Os cultuadores de uma sociedade alternativa, por mais a frente do seu tempo que fossem, jamais conseguiram imaginar onde essa idéia “revolucionária” em relação a uma sociedade injusta e presa a conceitos morais tão retrógrados chegaria.
Durante todo um tempo, podemos trabalhar a nossa expectativa e a nossa condição para que com a criação de uma “nova sociedade”, sem leis e sem pudor, conseguíssemos aumentar e qualificar os laços humanos e, assim, toda uma nova cultura de pensadores e adeptos do amor, da liberdade e da paz!
Ser portador dessa “sociedade pós-moderna” seria, com certeza, uma grande honra. Portar a experiência do novo seria como ter a capacidade de derrubar grandes barreiras sociais, deixadas pelas grandes políticas, muitas vezes, injustas. Seria como mostrar o avesso do atual, um avesso que dá certo em relação a um atual tão decadente.
Ao mesmo tempo, a ascensão dessa sociedade seria uma grande resposta ao Cristianismo “refreador” que se perpetua por muitos anos a frente da sociedade.
Mas, com o passar dos tempos, essa tentativa de uma nova vida social foi se massificando ao passo que ia diluindo seus próprios conceitos. A falta de lei foi chamando vários adeptos à caminhada, que acabaram transviando a ideia inicial dessa sociedade livre.
Liberdade demais, talvez. Com essas lideranças atuais, percebemos que não estamos maduros o suficiente para tal liberdade. Liberdade de sexo, liberdade das drogas. Ao mesmo tempo em que vemos crescer de forma assustadora o número de jovens com HIV, o número de mortos em assaltos, o número de pessoas em clínicas de tratamento para dependentes químicos de todas as idades.
Vemos crescer as estatísticas do tráfico, seja ele, de drogas, de armas, de pessoas e até mesmo de influências.
São Jerônimo, padre católico, nos diz que o Cristianismo “é menor entre todas as doutrinas filosóficas, mas ao contrário de todas as doutrinas, é a única que cresce como uma árvore” e por isso dá frutos.
Só há uma coisa capaz de substituir a lei: o amor. Esses são os frutos da árvore de que São Jerônimo nos fala e só pelo amor é capaz de surgir uma verdadeira sociedade real.


Paulo de Oliveira dos Santos, estudante de Letras do Unilasalle e dirigente do EJC Paróquia São Pedro