
Hoje, pouco se fala, pouco se comenta, da importância que um abraço pode ter na vida de uma pessoa, de uma sociedade. O abraço, quando dado de forma carinhosa, amorosa e espontânea pode curar das mais diferentes mazelas, amarguras.
A sociedade que, de acordo com a sociologia, é um conjunto de pessoas que compartilham propósitos, preocupações e costumes e que interagem entre si constituindo uma comunidade, nunca foi tão impessoal e tão fechado na individualidade. As pessoas, personagem principal da sociedade, estão cada vez mais preocupadas em si próprias, do que em compartilhar as suas atividades, crenças, costumes com àqueles que, juntos, formam a comunidade.
A palavra sociedade vem do latim, societas que significa “associação amistosa com outros”, portanto, viver em sociedade é viver com o outro, viver com as pessoas, ter contato. Não existe sociedade de uma pessoa só, não existe comunidade quando há o isolamento, mas é isto que a atualidade tem nos mostrado, a queda da sociedade e o crescimento do individualismo.
Quantos pais não têm uma relação de comunhão com seus filhos. Quantos pais perdem todo o seu tempo com coisas pessoais, próprias, e deixam a família de lado, não se preocupam com as notas do filho na escola, nem com o amadurecimento deste que está deixando de ser uma criança e entrando em uma fase de descobertas, e aqui não podemos nos esquecer dos envolvimentos que levam a drogadição. Mas como perceber isso, se cada vez mais se prima pelo individualismo.
Muitas vezes ouvi falar que a família é uma instituição que está falida. Sinceramente, não concordo, mas se realmente for verdade, essa falência se dá pura e simplesmente por causa do individualismo criado dentro das próprias casas. Os filhos, quando estão em casa, trancam-se nos seus quartos deixando de participar da vida familiar, os pais no seu isolamento não participam do cotidiano dos filhos. Agora pergunto, onde há a interação entre as pessoas da própria casa? Não encontramos, e se é difícil encontrar interação entre membros de uma mesma família, quem dirá encontrar interação com pessoas que se veem tão raramente.
Com a ascensão da internet perdeu-se o contato físico, o olho-no-olho, e criou-se o distanciamento, emparedamento – que neste caso nada mais é do que colocar uma parede entre a convivência. O amor foi deixado de lado, o amor foi sendo colocado em segundo plano. As pessoas foram aprendendo a viver com isso, dessa forma, não mais em comunidade, mas primando pelo individual, e colocando paredes onde, antes, havia o sentimento.
Por isso que inicio falando que o abraço é capaz de curar, posso dizer também restaurar. É interessante ver a reação das pessoas, em um grupo, quando alguém chega e vai passando carinho por meio dos seus abraços; as pessoas não sabem a forma como reagir. O abraço tem poder curativo, muito mais do que qualquer remédio e psicanálise. O abraço cura a depressão, cura a doença que não está na carne, mas está na mente, no espírito.
O abraço desarma! Digo isso, porque quantas são as pessoas que se desarmaram ao receber um abraço de carinho, que ao chegarem a um local estranho armaram-se da vergonha e do medo e, com um abraço sincero, passou a sorrir e foi quebrando aquele “gelo”.
Abraçar é passar carinho, amor. Abraçar é sentir o amor transmitido pelo outro. O abraço cura, o abraço nos faz amar. E que a cada dia mais, possamos reascender a chama da doação, doar-se também é amar e amar-nos, uns aos outros, faz bem a toda a sociedade.
Paulo Santos
Um comentário:
Um grnade abraço para vc!
Postar um comentário