O sol se pôs como da primeira vez
Sinto as minhas mãos a apertar os teus cabelos
Fez-se carne, fez-se mulher. Oh Deus,
Como é difícil o desapego da primavera!
Desculpas, foi tudo o que soube dizer.
Desculpas, pela segunda vez.
Deixo-te só, não foi esse meu plano
Meu sonho era envelhecer ao lado teu
Utopia, talvez, de um jovem namorado!
Enamorei-me da tua falta de carinho
Muito mais do que dos teus belos olhos.
Enamorei-me do teu excesso de confiança
E das inúmeras virtudes escondidas,
Escondidas atrás do teu sorriso meigo e infame!
Sabes muito bem como esconder-te
És tal qual um camaleão,
Mas quando mostra a tua dor me causa medo
Assim, mostras a fragilidade da menina,
Menina que vive presa dentro de ti!
O sol se pôs como da primeira vez,
És tal qual um camaleão.
Tuas lágrimas secaram no meu ombro,
Tal qual camaleão eu sei que és!
Fez-se carne, fez-se mulher! Fez-se camaleão!
Paulo dos Santos