sábado, 31 de dezembro de 2011

Tal qual camaleão

            Tuas lágrimas secaram no meu ombro
            O sol se pôs como da primeira vez
            Sinto as minhas mãos a apertar os teus cabelos
            Fez-se carne, fez-se mulher. Oh Deus,
            Como é difícil o desapego da primavera!
           
            Desculpas, foi tudo o que soube dizer.
            Desculpas, pela segunda vez.
            Deixo-te só, não foi esse meu plano
            Meu sonho era envelhecer ao lado teu
            Utopia, talvez, de um jovem namorado!

            Enamorei-me da tua falta de carinho
            Muito mais do que dos teus belos olhos.
            Enamorei-me do teu excesso de confiança
            E das inúmeras virtudes escondidas,
            Escondidas atrás do teu sorriso meigo e infame!

            Sabes muito bem como esconder-te
            És tal qual um camaleão,
            Mas quando mostra a tua dor me causa medo
            Assim, mostras a fragilidade da menina,
            Menina que vive presa dentro de ti!

            O sol se pôs como da primeira vez,
            És tal qual um camaleão.
            Tuas lágrimas secaram no meu ombro,
            Tal qual camaleão eu sei que és!
            Fez-se carne, fez-se mulher! Fez-se camaleão!


Paulo dos Santos