segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Criança, pelo direito de viver!

Infância nos faz lembrar de coisas boas, da época em que brincávamos até tarde, não tínhamos horários para acordar, não nos preocupávamos com outras coisas a não ser os estudos. Alguns, os mais antigos, até se vangloriam por ter ajudado os pais na roça.

Todos devemos ter passado por isso, algo natural na vida de qualquer criança. Assim como era natural o nosso desejo de crescer, nos tornamos “gente grande”, pessoa adulta, coisa que não passava do nosso pensamento – “criança serve para ser criança” diziam nossos pais!

Mas o mundo é muito dinâmico, muda muito rápido. Quando nos damos conta já estamos vivendo uma nova era. Um novo pensador ganha destaque e tudo passa a caminhar de acordo com a sua batuta. O que causa reflexos em todos os momentos da vida, inclusive na infância!

Hoje, graças a tecnologia cada vez mais avançada, estamos vivendo em um mundo virtual. Podemos ir ao Japão sem sair da nossa poltrona. Também os jogos e brincadeiras de criança ficaram restritos a tela do computador e demais equipamentos avançados que nem ouso citar.

As coisas estão mudando e nós estamos enjaulando as nossas crianças em um mundo que nem nós, adultos, conseguimos dominar direito. Aquilo que meu pai gostava hoje se tornou antiquado. Uma criança não se interessa mais pelo “pião”, “ioiô”, “amarelinha”, nós aprisionamos a criança a imaginar aquilo que o “RPG” está provocando e prevendo...

Muitos são os movimentos e lutas que surgem por aí, e eu gostaria de criar mais um hoje, o “Movimento Criança, pelo direito de viver!”

Não estamos dando espaço para as nossas crianças viverem de fato! Estamos criando pessoas cada vez mais dependentes do virtual, que esquecem o contato pessoal e físico. Estamos obrigando as nossas crianças a gostar do que gostamos e viver o que vivemos.

Basta ver os jornais. Há pouco nos deparamos com a notícia de uma mãe que injetava “Botox” na filha – criança – para concorrer a concursos de beleza. Outra mãe que colocava seios e “bumbum” postiço na filha – criança – também para concorrer a concursos de beleza.

E não bastando, todos os atentados contra a infância que nós criamos, chegamos ao ponto de levantar bandeiras em favor do aborto.

Estamos matando a infância das nossas crianças de todas as formas. Estamos criando um mundo onde as crianças não têm mais vez e, talvez, nem existam mais. Até parece que queremos uma sociedade apenas de adultos egoístas e hedonistas.

Volto a dizer, sou a favor do “Movimento Criança, pelo direito de viver!” Estamos em pleno século XXI e não podemos terminar com aquilo que é mais belo e rico, a infância.



Paulo dos Santos


Texto publicado no "Jornal da Comunidade" em 14 de outubro de 2011