sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mãe é mãe

Fui instigado a falar de mãe, normalmente um texto começa assim. Quando alguém nos instiga quer ver até onde nós vamos e assim, fazemos o máximo para não decepcionar.

A mãe já nos ama desde antes mesmo de nascermos – salvo raras exceções, é claro – e acaricia e acompanha e vive!

A mãe está ligada intimamente com sua prole, afinal o filho pode ter cinquenta anos, mas ela sempre agirá como se o cordão umbilical não tivesse sido cortado.

Tem mãe coruja, mãe liberal, mãe linha dura e até aquela que “curte a vibe”! Mas no fundo, mãe é mãe! Mãe ama e acaricia e acompanha e vive cada passo da vida do filho. Pode não parecer muito presente, mas é apenas aparência. Mãe sabe, antes que o filho fale!

Minha mãe e eu sempre tivemos uma boa relação. Ela era a linha dura da casa, mas ao mesmo tempo sempre foi daquelas de agitar, colocar as coisas para cima, “curtir a vibe”. Mas, por passar horas com seus filhos – enquanto o marido trabalhava e estudava – foi necessário empunhar o chicote algumas vezes para colocar regras na residência em que protegia como uma leoa.

Costumava jogar videogame comigo! Adorava uma aventura do “Donkey Kong” “Super Mário” e tal... Mas também, quando alguma coisa ia mal, parece que tinha por prazer nos colocar de castigo. Acabar com a brincadeira.

Nos ensinou a sermos “retos” na vida e educados com as pessoas, ninguém tem culpa se o teto está caindo sobre a nossa cabeça. Da mesma forma que nos fez aprender que não levar as coisas tão a sério, faz bem!

Às vezes a mãe vai liberando os filhos, para que estes vivam, mesmo sem querer! Às vezes, se tornam quase que obrigadas a isso. Se fosse por elas, filho não crescia. Filho ficava pequeno e não se machucaria com nada.

Hoje vejo a mesma história acontecer com meus irmãos mais novos. Todo aquele afeto, misturado com dureza, passado para os menores. É necessário saber desde pequeno, que na vida também é necessário sofrer para ser gente grande de verdade. É necessário saber que nem tudo são flores... Mas o sol sempre vem de manhã!



Paulo dos Santos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Desabafo desperto

Acordar cedo, ao raiar o sol, já é uma rotina da sociedade “bem” desenvolvida, que trabalha horas para não ganhar nada além de boas preocupações! Sério, as pessoas dormem pouco, acordam cedo, dão duro o dia todo e mal tem tempo para viver a própria vida. Falta de justiça essa!

Vivemos uma vida que não é nossa. Defendemos patrimônios, que não são nossos. Vestimos uma camiseta que nos é emprestada, pelo menos até o dia em que nos convidarão a passar no departamento de pessoal para pegar as contas já acertadas.

Não sei se alguém já teve a decência de perguntar ao seu funcionário se este gosta de acordar cedo. A mim nunca foi perguntado. Detesto acordar antes das nove. Acordo por obrigação. Me dói os olhos, me dói o corpo. Me dói tudo!

Não sei quem disse a frase, “Deus ajuda quem cedo madruga”, mas imagino em que circunstância ela deve ter sido dita. Pense comigo: certo dia, a esposa de um homem hiperativo que tinha constantes crises de insônia, cansada de ser acordada antes das cinco da manhã, pelas batidas que ele ousava dar em volta da casa, gritou, “para com isso, infeliz!” Para retrucar ele disse: “mulher, Deus ajuda quem cedo madruga!”. E assim ficou. A humanidade paga por causa de alguém que tinha insônia!

Às vezes parece que se esqueceram de assinar a Lei Áurea. Dessa forma, nos tornamos escravos de nós mesmos... Nós nos escravizamos! Fazemos inúmeras greves e paralizações apenas para mostrar, para nós mesmos, que estamos inconformados, não nos damos por vencidos. Mas depois que tudo termina, voltamos a ser aquilo que nos propomos, sem mudar nada!

Não sou adepto da vagabundice alheia, mas sou a favor da liberdade sempre! Mas não leve tudo isso muito a sério, talvez tenha sido apenas um desabafo de um sonolento desperto!



Paulo dos Santos